Precisamos entender alguns pontos para formar um novo personagem paterno e materno para o #futuro. Hoje o homem [heterossexual] é o único que tem permissão para assumir a performance de pai diante do pensamento da maioria da sociedade. A questão às vezes parece não passar por questões sociais profundas, e não só apenas estéticas.
Pais alegaram se sentirem ofendidos com a propaganda da marca de perfumes NATURA, que chamou Thammy Miranda um homem trans para ser o padrinho da campanha do dia dos pais 2020. A marca teria 12 nomes cogitados para a campanha, mas quando viu o nome do filho da amada Grethen confirmou que tipo de pai a marca iria representar.
No Brasil são 5,5 milhões de crianças sem registro do pai na certidão de nascimento, o que nos diz os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com base no Censo Escolar de 2013.Já em 2020, foram registrados 1.280.514 nascimentos em Cartórios, daí desses, apenas 80.904 foram registrados unicamente com o nome da mãe, o que por números parece estável em comparação com a média de 2018- 2019 que foram, 80.306 (5,74%) em 2018 e 87.761 (6,15%) em 2019. Mas a realidade é bem diferente nas ruas.
Esses indicativos nos mostram que "tornar"/"ser" pai não é apenas um vislumbre de prazer momentaneo com sua parceira, mas que o papel perpassa por questões sociais como o relacionamento pai-filho, educação e provimento a cultura. A vice- presidente da Natura Andrea Alvares fala em entrevista a UOL que foram escolhidos homens que estão vivendo a paternidade de maneira presente, com todos as suas nuances. E que Thammy foi um deles.
MÃE EXERCENDO FUNÇÃO PATERNA
Dentro do debate sobre o novo termo: a paternidade responsável. O advogado do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) fala em um artigo que a parentalidade está mais ligada a função do que propriamente a uma função biológica. Pois partimos da ideia de que o pai tem um papel de autoridade, de ser "lei" e os cuidados é função materna. Criou-se mitos em torno das funções de paternidade e maternidade.
"Sendo assim, podemos entender que o pai que educa e sustenta não é necessariamente biológico, pois o filho pode ser adotivo ou advindo de uma inseminação artificial. O pai é o 'outro' que possibilita ao filho acesso à cultura" afirma.
O abandono paterno coincide com vários outros debates, como o impacto social e econômico: o abandono gera mais crianças de rua e na rua. Se o cenário fosse inverso, certamente o índice de criminalidade seria menor e talvez não haveria tanta gravidez na adolescência.
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